A língua portuguesa realmente surgiu em Portugal? Verdade vai te deixar chocado!

História da língua portuguesa é marcada por influências romanas, germânicas e árabes.



A língua portuguesa, falada por milhões ao redor do mundo, possui uma história profunda e fascinante que se inicia na Península Ibérica. No século III a.C., o latim foi introduzido pelos romanos na região que hoje conhecemos como Portugal e Galícia, na Espanha.

A partir dessa base, o latim vulgar, usado pelo povo comum, começou a se diferenciar do latim clássico. No século V, com a chegada dos germânicos, a língua sofreu novas alterações estruturais, e, mais tarde, a ocupação árabe trouxe significativas adições ao vocabulário.

Tais influências foram cruciais para a formação do português moderno, ao torná-lo um idioma rico e diversificado. Atualmente, o português continua a evoluir e se adaptar às transformações culturais e tecnológicas.

Português é uma língua muito bela e cheia de variações linguísticas entre os seus falantes – Imagem: reprodução/Freepik

Variantes do português

Os países lusófonos apresentam diferenças notáveis em suas variantes do idioma. No Brasil, a língua tem uma prosódia mais melodiosa, enquanto em Portugal, a fala costuma ser mais cerrada e rápida. Isso decorre da diversidade de povos, como indígenas e africanos, que impactaram o idioma no Brasil.

O português brasileiro também tende a ser falado com menos contrações internas nas palavras, enquanto o português de Portugal “come” sílabas dentro dos termos. Um exemplo seria a palavra “oferecer”, um brasileiro diria tal vocábulo sem contrações, já um nativo de Portugal falaria algo como “ofrecer”, ao omitir uma vogal.

O uso dos pronomes também se diferencia: o “você” é amplamente usado no Brasil, exceto em algumas regiões como no Sul, onde o “tu” é usado sem a concordância verbal gramaticalmente correta. No entanto, o português de Portugal emprega o “tu” em situações mais informais.

A informalidade gramatical é outra diferença entre os países. Brasileiros são lusófonos mais informais e aplicam palavras e regras de forma mais coloquial. Exemplos disso são o gerúndio e a colocação pronominal.

No primeiro caso, uma situação rotineira entre o português brasileiro e o de Portugal seria:

  • Português do Brasil: “O que você está fazendo aqui?”

  • Português de Portugal: “O que tu estás a fazer aqui?”

Já quando se fala de colocação pronominal, o brasileiro tende a preferir mais a próclise — quando o pronome vem antes do verbo — do que a ênclise — quando o pronome vem após o verbo —, está já muito usada pelos portugueses. Por exemplo:

  • Brasileiros: “Te amo”

  • Portugueses: “Amo-te”

Nesse caso, o “te” é o pronome, e “amo” é a flexão do verbo “amar” na primeira pessoa do presente. Aqui, os portugueses são mais formais, inclusive gramaticalmente, já que o correto, segundo a norma culta, é nunca iniciar uma frase com pronome oblíquo átono, como é o do exemplo.

Além disso, quando se trata de vocabulário, muitos termos pronunciados com o mesmo som têm significados distintos, como “onze”, que, aqui, é o número após o dez, já, em Portugal, significa “cabeleireiro”.

Mudanças na era digital

O avanço tecnológico também trouxe novos desafios e oportunidades para o português. As redes sociais e a internet promovem uma troca constante de expressões e gírias, o que altera o idioma de maneiras inesperadas.

Termos estrangeiros são rapidamente absorvidos pelas novas gerações, e isso evidencia a capacidade de adaptação e a vivacidade da língua portuguesa. Mesmo com tais mudanças, sua essência permanece, o que reflete a identidade cultural dos lusófonos.

A língua portuguesa enfrenta o desafio de equilibrar suas variantes regionais, ao mesmo tempo que amplia sua presença global. O crescimento das comunidades falantes e a atuação nas plataformas digitais são fatores-chave para sua continuidade.

É importante lembrar, contudo, que tanto Brasil, Portugal e demais países lusófonos contam com diversas variações linguísticas que geram sotaques distintos, gírias e dialetos, ainda dentro de um mesmo país. Logo, o que foi explicado neste conteúdo é uma generalização de conceitos mais profundos da linguística.




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